Tetrapharmakon

...para que tenham vida em abundância...

foto Sítio Arqueológico

Explicações

1 - TETRAPHARMAKON ( quádruplo-remédio) original

[...] a sociedade do tempo de Epicuro era uma sociedade doente.Os homens acreditavam que era preciso muito dinheiro, luxúria e fama para alguém poder ser feliz. O medo da morte e do sofrimento estava plantado em seus corações.Toda a miséria humana era causada pelas falsas crenças e pelos desejos sem limites,que nelas eram fundados. Epicuro partia da pressuposição de que a sociedade humana era corrompida e era sua influência que corrompia os homens e os fazia miseráveis.

As crenças que mais faziam os homens infelizes eram o medo dos deuses, o medo do sofrimento e o medo da morte. Para curá-los dessas crenças, o filósofo dispunha de um tetrapharmakon, ou seja, de um quádruplo remédio: não há nada a temer quanto aos deuses, não há nada a temer quanto à morte, a dor é suportável e a felicidade está ao alcance de todos.

  1. " Não se deve temer os deuses, porque eles não se ocupam nem se preocupam com os homens, como imagina o povo, nem são os artífices do mundo como pensam os filósofos. Eles existem porque a natureza imprimiu suas pré-noções e imagens em nossas almas, mas eles não são como nós os representamos ou imaginamos. Por isso, não se deve temê-los e muito menos temer seus castigos.
  2. Não se deve temer a morte, porque nada mais absurdo do que o medo da morte, uma vez que ela não é outra coisa senão uma instantânea dissolução dos átomos que constituem nosso ser e isto é inteiramente insensível. O que amedronta os mortais é imaginar a passagem da vida para a morte, mas essa passagem não tem sentido, pois não existe um além-da-morte. Esta acontece num instante, e, nesse instante, a vida termina e nada mais se pode sentir. Inútil, pois, a preocupação com a morte: “enquanto somos, ela não existe e quando ela chegar, nós nada mais seremos”.
  3. A dor pode ser suportada. O grande mal que ameaça a existência dos mortais é indiscutivelmente a dor, pois a aponia (ausência de dor) é o segredo da felicidade. Mas Epicuro acredita que se pode facilmente desprezar esta ameaça, porque os sofrimentos mais intensos têm breve duração e, se persistem por muito tempo, causam a morte. Ora, como já foi dito, da morte nada há que se temer. Quanto aos pequenos sofrimentos, esses são facilmente suportáveis.
  4. Pode-se alcançar a felicidade, porque o prazer quando buscado corretamente está à disposição de todos ".
    Zeferino Rocha

2. Do site , inspirado em Leonardo Boff e Bernardo Toro

Mais do que uma época de mudanças, vivemos hoje uma mudança de época. O paradigma que serviu de referência para nós, no qual fomos educados e preparamos para a vida os jovens de hoje, estava centrado no ÊXITO, ou seja: poder, ganhar, acumular, ser importante, vencer.

Este paradigma levou-nos a grandes conquistas, mas também a um paradoxo:

  • a possibilidade de comunicação de cada um com cada um;
  • o risco de desaparecermos como espécie, já que estamos consumindo cerca de 30% além do que a terra é capaz de repor.

O novo paradigma que se propõe é centrado no CUIDADO, o que exige uma nova ética, um novo aprendizado: saber cuidar; saber fazer transações ganha/ ganha; saber conversar.

Na conferência anexa, Bernardo Toro detalha o significado de cuidar de si mesmo, dos outros (próximos, distantes e estranhos) e do planeta terra.

Leonardo Boff propõe “face à crise: quatro princípios e quatro valores”.

Os princípios são: cuidado, respeito, responsabilidade universal e cooperação incondicional.

Como cada ser possui um valor intrínseco, independente de seu uso humano. O respeito ilimitado a tudo que existe e vive é um imperativo ético. O princípio da responsabilidade universal implica no compromisso com equidade, justiça social e sustentabilidade.

O direito de aceso aos bens naturais e culturais é universal. A riqueza que exclui é perversa. País rico é aquele em que a justiça é distribuída com equidade.

Sustentabilidade significa uso racional dos recursos da terra. Vida humana sustentável é aquela que preserva o equilíbrio ecológico, que permitiu à mãe natureza gerá-la e sustentá-la.

A felicidade individual e coletiva, por necessidade de sobrevivência, não pode ser pensada fora do contexto de uma Economia Ecológica (EE).

A lei universal da evolução é a interdependência de todos com todos que cooperam entre si para coevoluir e para assegurar a biodiversidade.

Foi pela cooperação de uns com os outros que nossos ancestrais se tornaram humanos e desta cooperação depende o processo de humanização, ponto de encontro de crentes e não crentes.

Veja em HOME (Página Inicial):

  • conferência do Bernardo Toro em TED- Amazônia.
  • artigo do Leonardo Boff: Face à crise: quatro princípios e quatro virtudes.

3. Do site , Uma releitura de Epicuro

Não se trata de uma interpretação, ou releitura no sentido acadêmico, mas uma formulação de inspiração cristã, baseada nas palavras chaves do Tetrapharmakon original. Pela simplicidade dispensa maiores explicações.