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foto Sítio Arqueológico
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Sítio Arqueológico

O sítio da cidade de Oenoanda foi descoberto e identificado por exploradores britânicos na década de 1840 e o primeiro plano do sítio foi publicado em 1847. Não houve a seguir nenhuma exploração completa do sítio ou de quaisquer estruturas individuais.

O interesse acadêmico centrou-se inteiramente sobre as inscrições, especialmente sobre os fragmentos de uma inscrição filosófica que, pela primeira vez, veio à luz em 1884.

Com a descoberta de 88 fragmentos em 1895 foi revelado um imenso relicário dos ensinamentos epicuristas do filósofo Diógenes de Oenoanda. No processo posterior de estudo e investigação, tornou-se claro que a inscrição era a mais extensa do mundo antigo.

Iniciou-se, em 1968 , um novo capítulo na história da investigação em Oenoanda, quando Martin Ferguson Smith começou suas investigações sobre o sítio, enfocando a inscrição de Diógenes, da qual ele foi capaz de recuperar mais 38 novos fragmentos. Além disso, ele foi capaz de realocar a maioria dos fragmentos encontrados no século XIX e submetê-los à nova análise.

A partir de 1974 seu projeto foi acompanhado por uma pesquisa realizada ao longo dos anos pelo BIAA (Instituto Britânico de Ancara), inicialmente dirigida por Alan Hall. Esta pesquisa representou a primeira exploração profunda da topografia e estruturas de Oenoanda e também levou à descoberta de uma nova inscrição de 86 fragmentos de Diógenes, que foram publicados sucessivamente por M. F. Smith.

O maior número de fragmentos de inscrição foi encontrado na área chamada Esplanada, identificada como a mais antiga Ágora helenística da cidade.

Em 1997, uma pequena escavação, conduzida por BIAA, em colaboração com Fethiye Museum (Turquia), tendo M. F. Smith como diretor científico, trouxe à luz vários outros blocos de inscrição de Diógenes na Esplanada.

No âmbito da pesquisa BIAA, realizaram-se explorações que abriram o território da antiga cidade. Numerosos textos não-filosóficos foram também descobertos em Oenoanda e publicados. De particular interesse são a inscrição genealógica do mausoléu de Licinnia Flavilla e a chamada inscrição Demostheneia. Juntamente com a inscrição de Diógenes, estas estão entre as mais importantes inscrições recuperadas da antiguidade grega e ressaltam a importância excepcional do Oenoanda como um "Eldorado epigráfico".

O foco principal da expedição em 2009 (15 de julho - 15 de agosto ) foi a documentação das construções em torno da Esplanada. Além disso, a documentação tridimensional de fragmentos da inscrição de Diógenes de Oenoanda foi continuada com êxito.

Concluiu-se o processo de delineação dos fragmentos dessa inscrição filosófica única, que se encontravam dispersos por quase toda área urbana. Como resultado, quase todos os fragmentos da inscrição de Diógenes, que se encontram na complexa topografia da cidade, estão agora precisamente "plotados" com coordenadas GPS.

O programa de pesquisa epigráfica incluiu também a investigação das inscrições não- filosóficas de Oenoanda. Em ambos os campos novas descobertas espetaculares vieram à luz, destacando mais uma vez o valor epigráfico do sítio.

Prospecção geofísica está sendo realizada em Oenoanda com o objetivo específico de pesquisar o desenvolvimento desta pouco conhecida cidade helenística.

Além disso, foi realizado trabalho de documentação sobre o sistema de abastecimento de água de Oeinoanda e seu aqueduto da Era Imperial, um edifício notável em termos de história da tecnologia.

O registro estrutural detalhado da vasta Esplanada Helenística e dos edifícios que a rodeiam foi concluído em 2009. A área em questão mede quase 25.000 metros quadrados e foi amplamente documentado.

Em termos de conteúdo, a descoberta mais significativa permite a conclusão de uma máxima de Diógenes, apenas parcialmente visível no ano anterior, contendo reflexões altamente não-convencionais sobre as dores do amor. O número de novos fragmentos de Diógenes, encontrados desde o início do projeto em 2007, subiu para 50.

A pesquisa de campo de 2009 foi muito produtiva também em termos de inscrições não-filosóficas, que contribuem fortemente para o significado epigráfico de Oenoanda.

Entre os achados foram várias inscrições de túmulo, um pequeno relevo dedicado a Poseidon e uma base de estátua, cuja inscrição refere-se à deusa Nêmesis numa especial forma de linguagem, que não é fácil de interpretar.